A Palavra de Deus em Família - 19/03/23 - João 9,1-41.
O prólogo do evangelho de João é uma síntese que será desenvolvida ao longo do mesmo evangelho.
A cura de um cego da vida, um cego de nascença.
Ao passar andando com seus discípulos Jesus VIU... Jesus iluminou, clareou...
um cego de nascença...
Quem pecou, ele os seus pais?
"É necessário que eu realize as obra daquele que me enviou enquanto é Dia...Eu sou a luz do mundo..."(Jo 9,4-5), "quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida" (João 12,46).
Enquanto estou no mundo, eu sou a luz do mundo...
O evangelista João, desde seu prólogo, joga com os contrastes de dia e noite, treva e luz. E desta forma ele volta a narrar a origem da vida, lá no Gênesis, quando as trevas cobriam a terra e o Verbo, a Palavra de Deus disse: "Faça-se a Luz" (Gn 1,3). Hoje o Verbo, a Palavra, o Filho de Deus nos diz: Eu sou a Luz do mundo (pela qual tudo foi criado. Nele está a vida, mas o mundo não a enxergou, não a reconheceu, não se identificou, não tomou consciência de si, não existiu nela (cf. João 1,3-5).
A forma como Jesus cura o cego é uma volta ao Gênesis, uma recriação da Luz, agora a luz dos olhos, da consciência, da finalidade de existir como luz do mundo.
Qual no Gênesis Deus sopra no barro Jesus sopra, cospe faz novamente o barro e cria, recria a Luz da vida, dos "olhos"...
O homem cego começa o processo de ver, de vivenciar a vida, a conhecer e ter consciência de quem ele próprio é: "SOU EU MESMO" (Jo 9,9) quem é o mundo imundo e, sobretudo, quem é Jesus.
Primeira grande consciência ele se reconhece e reconhece Jesus ser um HOMEM (cf. Jo 9,11).
Depois, na medida que enfrenta as contradições do mundo ele avança no conhecimento e reconhece Jesus ser um PROFETA (cf. Jo 9,17).
Por fim, mesmo debaixo de ameaças dos líderes da religião e da política dominante da época que dizem Jesus ser apenas um pecador (cf.Jo 9,24b-25), o agora não mais cego, mas discípulo... reluta e começa a reconhecer em Jesus o Cristo (cf. Jo 9,22).
E assim Jesus encerra o processo de cura da visão de FÉ do cego que primeiro vê, reconhece Jesus homem, depois como profeta, depois Filho do Homem e por fim, Senhor, o nome de Deus:
"Jesus soube que o tinham expulsado (da sinagoga, da igreja) e, havendo-o encontrado, perguntou-lhe: Crês no Filho do Homem? Respondeu o cego: Quem é ele, SENHOR, para que eu creia nele? Disse-lhe Jesus: Tu o vês, é o mesmo que fala contigo. Creio, Senhor, disse o cego. E, prostrando-se, o adorou". (João 9,35-38).
"Ninguém jamais viu a Deus, o Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou" (João 1,18). "Ninguém pode ver e amar [o próximo e nem a si mesmo] se o amor de Deus não está nele" (cf. I João 4,12-21; cf. João 3,16-21, 8,12).
Baltazar Dias 91 9 9810 - 8219
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