A Palavra de Deus em Família - 01/04/23 - João 11,45-56.
Para nascer a fé requer opção pessoas e um berço comunitário, um ambiente propício para alimentar a opção de cada um. Uns fariseus foram à casa de Maria ver o que Jesus havia feito (ressuscitado Lázaro) e creram mais ainda em Jesus. Outros, porém, optaram por não acreditar em Jesus e foram aos fariseus, às autoridades políticas e religiosas, aos que não acreditavam, não aderiram e nem gostavam de Jesus e, não com alegria, mas com ódio e má intenção no coração contaram também o que Jesus havia feito" (cf. João 11,45).
Desta forma estava proposta a paixão e morte redentora, a eliminação de Cristo para salvar e libertar todo povo, toda a humanidade, maus e bons, justos e injustos. Mesmo os que acreditam não devem se julgar melhores que os outros maus.
E o sumo sacerdote Caifás (chefe na política e na religião) vai, de forma banal e sínica sentenciar e profetizar a morte de Jesus Cristo por todos, justos e injustos, crédulos e incrédulos justificando a morte de Cristo como redentora da escravidão social que o Império Romano exercia sobre Israel:
"Não percebeis que é melhor um só homem morrer pelo povo do que perecer a nação inteira?" (cf. João 11,50).
O evangelista João, já na reflexão dos anos 90 a100 depois da morte de Cristo, onde a fé da Igreja propõe a fé na morte redentora universal de Cristo acrescenta: " e não só [morrer politicamente] pela nação, mas também para reunir os filhos de Deus dispersos" (João 11,52).
Portanto, a morte de Cristo inside seja para formar a Igreja a partir da ressurreição deste, seja para, através desta organização da Igreja, libertar o povo da escravidão política imperial.
Porém Jesus não se entregava à morte de forma banal, não andava mais em público; fugiu até onde foi possível para o deserto e para a vila de Efraim (cf. João 11,54).
O senário da paixão e morte de Cristo estava posto na sociedade e o povo sonhava, estava com sede de libertação e via em Jesus esta possibilidade messiânica de se livrar das injustiças e da escravidão.
"Procuravam Jesus e, ao reunirem-se no Templo, comentavam entre si: O que vos parece? Será que ele vem para a festa?" (João 11,56).
De alguma forma o povo também profetizava que a vinda de Jesus a Jerusalém para participar da velha páscoa iria inaugurar a nova festa, a nova e definitiva Páscoa, a passagem da morte para a vida eterna.
Baltazar Dias 91 9 9810 - 8219
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